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Roturas da Coifa dos Rotadores
Ombro e Braço
O que é?
As roturas da coifa dos rotadores são uma causa muito comum de dor no ombro e redução da mobilidade, podendo ocorrer tanto por lesões traumáticas em doentes jovens como por doença degenerativa em doentes idosos.
O diagnóstico pode ser suspeitado clinicamente com testes provocativos do supra‑espinhoso, infra‑espinhoso, redondo menor e subescapular, mas a confirmação requer uma RMN do ombro.
O tratamento pode ser não operatório ou operatório, consoante a cronicidade dos sintomas, a gravidade da rotura, o grau de atrofia gorda muscular, a idade do doente e as exigências da sua atividade.
Epidemiologia
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Prevalência
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Idade > 60 anos: 28 % têm rotura de espessura total
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Idade > 70 anos: 65 % têm rotura de espessura total
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Fatores de risco
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Idade
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Tabagismo
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Hipercolesterolemia
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História familiar
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Etiologia
Fisiopatologia
- Mecanismos de rotura incluem
- Rotura degenerativa crónica (a degeneração intrínseca é a etiologia principal)
- Geralmente observada em doentes mais idosos
- Habitualmente envolve os músculos SIT (supra‑espinhoso, infra‑espinhoso, redondo menor), podendo estender‑se anteriormente para a margem superior do tendão do subescapular em roturas maiores
- Conflito crónico (impingement)
- Inicia‑se tipicamente na face bursal ou no interior do tendão
- Lesões agudas por arrancamento
- Roturas agudas do subescapular observadas em doentes jovens após queda
- Roturas agudas dos músculos SIT em doentes > 40 anos com luxação do ombro
- Roturas transfixantes da coifa dos rotadores que necessitam de reparação em atletas de lançamento
- Lesões iatrogénicas
- Decorrentes de falha da reparação cirúrgica
- Frequentemente observadas em falha da reparação do tendão subescapular após cirurgia aberta anterior ao ombro
- O impingement e a doença da coifa dos rotadores formam um contínuo que inclui
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Conflito subacromial
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Conflito subcoracoide
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Tendinite calcificante
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Roturas da coifa dos rotadores (este tópico)
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Artropatia da coifa dos rotadores
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Condições associadas
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Patologia da articulação acromioclavicular
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Subluxação do bíceps proximal
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Tendinite do bíceps proximal
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Conflito interno
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Observado em atletas lançadores acima da cabeça
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Associado a roturas parciais da coifa dos rotadores
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A fase de desaceleração do lançamento origina forças de tração com potencial para roturas da coifa
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Anatomia
Função da coifa dos rotadores
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A função principal da coifa é proporcionar estabilidade dinâmica, equilibrando os pares de forças na articulação glenoumeral nos planos coronal e transversal.
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Plano coronal
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A coifa inferior (infra‑espinhoso, redondo menor, subescapular) equilibra o momento superior criado pelo deltóide.
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Plano transversal
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A coifa anterior (subescapular) equilibra o momento posterior criado pela coifa posterior (infra‑espinhoso e redondo menor).
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Isto mantém um fulcro estável para o movimento glenoumeral.
- O objetivo do tratamento das roturas da coifa é restaurar este equilíbrio em todos os planos.
Pegada da coifa dos rotadores
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O supra‑espinhoso insere‑se no aspecto ântero‑superior do tubérculo maior.
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Largura médio‑lateral na inserção
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Supra‑espinhoso: 12,7 mm (cobre a faceta superior do tubérculo maior)
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Uma rotura de 6‑7 mm corresponde a rotura parcial de 50 % da espessura
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A rotura inicia‑se 15 mm posterior ao tendão do bíceps, junto à junção supra‑/infra‑espinhoso
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Infra‑espinhoso: 13,4 mm
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Subescapular: 17,9 mm
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Redondo menor: 13,9 mm
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Distância da cartilagem articular à pegada medial: 1,6‑1,9 mm
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Dimensão ântero‑posterior da pegada: 20 mm (inserção do supra‑espinhoso e da parte anterior do infra‑espinhoso)

Áreas histológicas da coifa (5 camadas)
- O lado articular tem apenas metade da resistência do lado bursal, explicando por que a maioria das roturas é articular
Camada | Descrição |
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Camada I | Camada mais superficial (1 mm de espessura), composta por fibras do ligamento coracoumeral que se estendem posteriormente e obliquamente |
Camada II | Composta por fibras densamente compactadas que seguem o eixo longitudinal do tendão (3–5 mm de espessura) |
Camada III | Pequenos feixes de colagénio organizados de forma solta, a 45° do eixo longitudinal do tendão (3 mm de espessura) |
Camada IV | Tecido conjuntivo laxo com bandas espessas de colagénio, fundindo-se com fibras do ligamento coracoumeral |
Camada V | Cápsula do ombro (2 mm de espessura) |
Irrigação sanguínea
- Proveniente das artérias subescapular, supra‑escapular e circunflexa umeral
- Ramificação nas camadas II e III
- O lado bursal é mais vascular que o lado articular (hipovascular)
- Existe uma zona crítica de hipovascularização junto à porção lateral da inserção do supra‑espinhoso

Estruturas anatómicas associadas
- Intervalo dos rotadores
- Inclui cápsula, porção longa do tendão do bíceps, ligamento glenoumeral superior e ligamento coracoumeral entre o supra‑espinhoso e o subescapular.
- Crescente dos rotadores
- Lâmina fina em crescente formada pelas porções distais das inserções do supra‑espinhoso e infra‑espinhoso.
- Cabo dos rotadores
- Feixe espesso de fibras na zona avascular do ligamento coracoumeral, perpendicular às fibras do supra‑espinhoso, abrangendo as inserções do supra‑ e infra‑espinhoso.

Classificação
Grupo Muscular | Características | Mecanismo Comum de Lesão |
---|---|---|
Supraespinhoso, infraespinhoso, redondo menor (SIT) | Correspondem à maioria das roturas Associadas a conflito subacromial |
Rotura degenerativa em pacientes mais velhos ou luxação do ombro em pacientes com mais de 40 anos |
Subescapular | Evidência recente sugere maior prevalência do que se pensava Associada a conflito subcoracoide |
Avulsão aguda em pacientes jovens com lesão por hiperabdução/rotação externa ou lesão iatrogénica após reparação |
Tamanho da Rotura | Dimensão |
---|---|
Pequena | 0–1 cm |
Média | 1–3 cm |
Grande | 3–5 cm |
Massiva | > 5 cm (envolve dois ou mais tendões) |
Grau | Descrição |
---|---|
I | < 3 mm (< 25% da espessura) |
II | 3–6 mm (25–50%) |
III | > 6 mm (> 50%) |
Localização | Descrição |
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A | Face articular |
B | Face bursal |
C | Intratendinosa |
Grau | Descrição |
---|---|
0 | Normal |
1 | Algumas estrias gordurosas |
2 | Mais músculo do que gordura |
3 | Quantidade igual de músculo e gordura |
4 | Mais gordura do que músculo |
Forma da Rotura | Descrição |
---|---|
Em crescente | Normalmente não retraem medialmente, são bastante móveis no sentido médio-lateral e podem ser reparadas diretamente ao osso com pouca tensão. |
Em U | Forma semelhante à crescente, mas estendem-se mais medialmente com o ápice adjacente ou medial ao bordo da glenóide. Reparação com convergência marginal lateral. |
Em L | Semelhante à em U, mas uma das extremidades é mais móvel que a outra. Utilizar convergência marginal na reparação. |
Massiva e imóvel | Pode ter forma em U ou longitudinal. Difícil de reparar, muitas vezes requer técnica de interval slide. |
Apresentação
Sintomas
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Dor
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Início insidioso típico, agravado por actividades acima da cabeça
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Dor localizada na região do deltóide
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Dor nocturna, que constitui um mau indicador para o tratamento não operatório
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Pode ocorrer dor aguda e fraqueza numa rotura traumática
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Fraqueza
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Perda de amplitude de movimento activa com amplitude passiva preservada ou superior
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Músculo da Coifa | Teste de Força | Testes Especiais |
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Supraespinhoso | Fraqueza à elevação resistida na posição de Jobe | Teste do braço em queda Dor com o teste de Jobe |
Infraespinhoso | Fraqueza na rotação externa a 0° de abdução | Sinal de défice de rotação externa (ER lag sign) |
Redondo menor | Fraqueza na rotação externa a 90° de abdução e 90° de RE | Teste de Hornblower |
Subescapular | Fraqueza na rotação interna a 0° de abdução | Rotação externa passiva excessiva Teste Belly Press Teste Lift-off Sinal de défice de rotação interna (IR lag sign) |
Imagiologia
Radiografias
Incidências
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AP verdadeira, AP em rotação interna/externa e incidência axilar
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Incidência outlet para avaliar o acrómio
Achados
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Tendinite calcificante
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Calcificação no ligamento coracoumeral
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Alterações quísticas no tubérculo maior
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Migração proximal do úmero em rotura crónica da coifa (intervalo acromio‑umeral < 7 mm)
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Acrómio tipo III (em “gancho”)
Artrograma
Indicações
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Raramente utilizado isoladamente; empregue quando a RMN está contra‑indicada
Achados
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Presença de rotura da coifa se o contraste extravasa da articulação glenoumeral para o espaço subacromial
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Artro‑RMN pode melhorar sensibilidade e especificidade
RMN
Indicações
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Padrão diagnóstico para patologia da coifa dos rotadores
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Solicitar quando há suspeita de dor ou fraqueza atribuíveis a rotura da coifa

Achados
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Avaliar a qualidade muscular
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Tamanho, forma e grau de retração da rotura
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Grau de atrofia gorda muscular (melhor na imagem sagital)
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Subluxação medial do tendão do bíceps — indicativa de rotura do subescapular
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Quisto na cabeça umeral observado em quase todos os doentes com rotura crónica
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Tangent sign: falha do supra‑espinhoso em ultrapassar a linha entre as margens superiores da espinha da escápula e do processo coracóide numa fatia sagital
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Sensibilidade e especificidade
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Em doentes assintomáticos ≥ 60 anos, 55 % apresentam rotura da coifa
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Ecografia
Indicações
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Suspeita de patologia da coifa dos rotadores
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Necessidade de exame dinâmico
Vantagens
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Permite testes dinâmicos
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Baixo custo
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Disponível na maioria dos centros
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Útil para confirmar injeções intra‑articulares
Desvantagens
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Fortemente dependente do operador
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Capacidade limitada para avaliar outra patologia intra‑articular
Sensibilidade / especificidade
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Sensibilidade, especificidade e exactidão globais semelhantes à RMN no diagnóstico de doença da coifa
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23 % dos doentes assintomáticos apresentaram rotura da coifa na ecografia em uma série
Tratamento
Considerações sobre o tratamento
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Idade e atividade do doente
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Mecanismo da rotura (degenerativa ou avulsão traumática)
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Características da rotura (tamanho, profundidade, retração, atrofia muscular)
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Roturas de espessura parcial vs. completa
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Lado articular (lesão PASTA) vs. lado bursal
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Roturas no lado bursal tratadas de forma mais agressiva
Não operatório
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Fisioterapia, AINEs, injeções de corticosteroide subacromial
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Primeira linha de tratamento na maioria das roturas
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Roturas parciais muitas vezes gerem‑se apenas com fisioterapia
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Técnica
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Evitar atividades acima da cabeça
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Fisioterapia com reforço intensivo da coifa dos rotadores e dos estabilizadores escapulares ao longo de 3–6 meses
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Injeções subacromiais se o impingement for considerado a principal causa dos sintomas
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Operatório
Descompressão subacromial e desbridamento da coifa isolados
- Indicações
- Doentes selecionados com rotura parcial de lado articular de baixo grau
Reparação da coifa dos rotadores (artroscópica ou mini‑aberta)
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Indicações
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Roturas transfixantes agudas
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Roturas no lado bursal > 3 mm (> 25 % da profundidade)
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Libertação do tendão residual e desbridamento de tecido degenerado
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Roturas parciais do lado articular > 50 % tratam‑se com conclusão da rotura e reparação
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Roturas parciais do lado articular < 50 % tratam‑se apenas com desbridamento
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Lesão PASTA com > 7 mm de superfície óssea exposta entre a superfície articular e o tendão intacto representa rotura significativa (> 50 %) da coifa (deve manter‑se ≥ 25 % de tecido bursal saudável)
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Doentes jovens com roturas traumáticas agudas (reparação in situ preservando o tecido bursal)
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Doentes idosos com roturas degenerativas (libertação do tendão, desbridamento de tecido degenerado e reparação)
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Pós‑operatório
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Fase limitante da recuperação: cicatrização biológica do tendão ao tubérculo maior (8–12 semanas)
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Tecido peribursal e furos no tubérculo maior fornecem vascularização à coifa reparada
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Vascularização aumenta com exercício
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Mobilização passiva limitada (proibição de movimento ativo)
Resultados
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Utentes sob compensação laboral relatam piores resultados
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Maior incapacidade pós‑operatória e menor satisfação
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Regresso completo ao trabalho esperado entre 6–10 meses após cirurgia
Transferência tendinosa
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Indicações
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Roturas massivas irreparáveis da coifa dos rotadores
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Técnicas
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Transferência do peitoral maior
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Transferência do latíssimo do dorso
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Preferível para roturas posterosuperiores irreparáveis com subescapular intacto
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Reconstrução capsular superior
- Indicações
- Rotura massiva irreparável da coifa dos rotadores com subescapular intacto
Artroplastia invertida do ombro
- Indicações
- Roturas massivas da coifa com artrose glenoumeral e deltóide funcional
Técnica
Reparação mini‑aberta da coifa
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Antigo padrão‑ouro, largamente substituído por técnicas artroscópicas
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Abordagem
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Pequena variante horizontal da abordagem lateral (divisão do deltóide)
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Vantagens vs. abordagem aberta
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Menor risco de avulsão do deltóide
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Reabilitação mais rápida (não é necessário proteger a reparação do deltóide)
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Mobilização passiva imediata possível para prevenir capsulite adesiva
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A maioria dos cirurgiões aguarda cerca de 6 semanas antes de iniciar a mobilização ativa
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Reparação artroscópica da coifa
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Vantagens
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Resultados equivalentes às reparações aberta ou mini‑aberta
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- Conceitos importantes
Convergência de margens
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Diminui a tensão na margem lateral em roturas em “U”

Deslizamento do intervalo anterior
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Liberta o supra‑espinhoso no intervalo dos rotadores (incisão do ligamento coracoumeral)
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Aumenta a mobilidade do supra‑espinhoso para repô‑lo na pegada lateral

Deslizamento do intervalo posterior
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Liberta o supra‑espinhoso do infra‑espinhoso
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Aumenta adicionalmente a mobilidade do supra‑espinhoso para fixação na pegada
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Segue‑se convergência de margens para reparar o supra‑espinhoso ao infra‑espinhoso

Reparação do subescapular
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Desafio técnico elevado, mas estudos recentes apontam para resultados superiores (movimento e dor) vs. reparação aberta
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Tenodese do bíceps
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Sinal da vírgula para identificar a margem superolateral do subescapular
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Ausência de ligamento glenoumeral médio superior (MGHL) sugere rotura/retração do subescapular


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Reconstrução da pegada (“footprint restoration”)
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Maior área de contacto hipoteticamente melhora a cicatrização e a resistência mecânica
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Técnicas double‑row (matress suture medial + sutura simples lateral)
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Reconstrução mais anatómica da pegada
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Menor taxa de nova rotura vs. single‑row
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Sem diferenças a curto prazo em função, dor ou tempo de cicatrização
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Dados recentes sugerem melhor função a longo prazo
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Adicionar sulco no tubérculo maior para interface tendão‑osso esponjoso não aumentou a força de reparação em modelos animais
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Liberação do ligamento coracoumeral
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Aumenta a translação anterior/inferior glenoumeral
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Descompressão subacromial concomitante
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Sem diferença significativa em resultados, re-roturas sintomáticas, ROM ou força
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Reseção distal da clavícula em artrose AC associada
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Sem diferença em resultados funcionais, ROM ou reoperações vs. reparação isolada
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Liberação do nervo supra‑escapular
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Mais comum em roturas grandes/massivas
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Descompressão nas incisuras supra‑escapular e/ou espinoglenoidal
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Sem melhoria significativa vs. reparação isolada
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Transferências tendinosas
- Indicação: roturas massivas irreparáveis
- Transferência do peitoral maior
- Para roturas crónicas do subescapular
- Transposição sob o tendão conjunto para replicar melhor o vetor de forças
- Imobilização rígida 4–6 semanas
- Transferência do latíssimo do dorso
- Para roturas grandes do supra‑ e infra‑espinhoso
- Melhor candidato: doente jovem e laborioso
- Fixação aos músculos da coifa, subescapular e tubérculo maior
- Imobilização em ângulo de 45° de abdução e 30° de rotação externa por 6 semanas
- Nervos em risco
- Nervo radial (3 cm medial à inserção umeral do latíssimo) no tenotómia
- Ramo posterior do nervo axilar na passagem do tendão ao espaço subacromial
Complicações
Recidiva / falha da reparação
- A causa mais comum de falha é a não cicatrização do tecido da coifa, resultando em soltura dos suturas
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Fatores de risco do paciente
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Idade > 65 anos
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Roturas grandes (> 5 cm)
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Atrofia muscular
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Diabetes
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Tabagismo
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Retração da rotura medialmente ao glenoide
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Má adesão ao protocolo pós‑op
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Envolvimento de vários tendões
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Procedimentos concomitantes na articulação AC e/ou bíceps
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Sem diferença nos resultados clínicos ou na cicatrização entre protocolos de mobilização precoce vs. tardia
Tratamento
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Revisão da reparação da coifa vs. artroplastia invertida do ombro (RTSA)
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Variáveis a considerar:
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Idade do paciente (idade mais avançada favorece RTSA)
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Etiologia da recidiva
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Qualidade do tecido / achados na RMN
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Migração proximal estática do úmero (favorece RTSA)
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Desinserção do deltóide
- Complicação associada à abordagem aberta
- Dor na articulação acromioclavicular
- Lesão do nervo axilar
- Lesão do nervo supra‑escapular
- Pode ocorrer com mobilização agressiva do supra‑espinhoso durante a reparação
- Lesão do nervo cutâneo femoral lateral
- Secundária ao posicionamento em “beach chair” sem proteções adequadas
- Infeção
- Incidência < 1 %
- Flora cutânea habitual: Staph. aureus, estreptococos, P. acnes
- Propionibacterium acnes é o organismo mais implicado em casos de apresentação tardia ou indolente
- Fator de risco: injeção no ombro até 3 meses antes da cirurgia
- Rigidez
- Fisioterapia e movimentos precoces não reduzem a rigidez ao fim de 1 ano pós‑op
- Pneumotórax
- Pode ocorrer em bloqueios regionais (interscalénico ou supraclavicular) ou durante a artroscopia
Prognóstico
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50 % das roturas assintomáticas tornam‑se sintomáticas em 2–3 anos
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50 % das roturas transfixantes sintomáticas progridem em 2 anos, sendo que as roturas maiores progridem mais rapidamente