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Fraturas de Monteggia

Joelho e Coxa

O que é?

Uma fratura de Monteggia é definida como uma fratura do terço proximal da ulna, associada a uma luxação da cabeça radial.

O diagnóstico é feito através de radiografias do antebraço e do cotovelo para avaliar a congruência da articulação radiocapitelar no contexto de uma fratura da ulna.

O tratamento pode envolver apenas a redução fechada na população pediátrica (se a articulação radiocapitelar permanecer estável). Em adultos e em lesões instáveis, geralmente é necessária a fixação interna aberta (ORIF) da ulna.

Epidemiologia

Incidência:

  • Comum.
  • Cerca de 400.000 reconstruções do LCA por ano.
  • Representa metade de todas as lesões do joelho.

Etiologia

Lesões Associadas

As fraturas de Monteggia podem fazer parte de um padrão de lesão complexa, incluindo:

  • Fratura-luxação do olécrano.
  • Fratura da cabeça radial.
  • Fratura do processo coronóide.
  • Lesão do ligamento colateral lateral (LCL).
  • Tríade terrível do cotovelo.

Anatomia

Ligamentos

  • Ligamento anular.

Classificação

Classificação de Bado

Tipo I (60%)

Fratura do terço proximal ou médio da ulna com luxação anterior da cabeça radial (mais comum em crianças e adultos jovens).

Tipo II (15%)

Fratura do terço proximal ou médio da ulna com luxação posterior da cabeça radial (70 a 80% das fraturas de Monteggia em adultos).

Tipo III (20%)

Fratura da metáfise ulnar (distal ao processo coronóide) com luxação lateral da cabeça radial.

Tipo IV (5%)

Fratura do terço proximal ou médio da ulna e do rádio, com luxação da cabeça radial em qualquer direção.

Classificação de Jupiter para Fratura-Luxações Tipo II de Monteggia

Tipo IIA:

Fratura ao nível do processo coronóide.

Tipo IIB:

Fratura na junção metafisária-diafisária.

Tipo IIC:

Fratura distal ao processo coronóide.

Tipo IID:

Fratura que se estende até metade distal da ulna.

Apresentação

Apresentação Clínica

Exame físico

  • Inspeção: A luxação da articulação radiocapitelar pode ser evidente ou não.
  • Avalição da integridade da pele.
  • Amplitude de movimento (ADM) e instabilidade: Pode haver perda de ADM devido à luxação.
  • Exame neurovascular:
    • Neuropatia do nervo interósseo posterior (PIN).
    • Desvio radial da mão com extensão do punho.
    • Fraqueza na extensão do polegar e das articulações metacarpofalângicas.

Sintomas

  • Dor e edema na articulação do cotovelo.

Diagnóstico por Imagem

Radiografias

  • Projeções recomendadas: Ântero-posterior (AP) e lateral do cotovelo, punho e antebraço.

Tomografia Computorizada (TC)

  • ÚTil em fraturas que envolvem o processo coronóide, olécrano e cabeça radial.

Tratamento

Não Operatório

  • Redução fechada e imobilização.
  • Indicações:
    • Mais comum e eficaz em crianças.
    • Raramente indicado em adultos, que geralmente necessitam de tratamento cirúrgico.
    • Deve garantir estabilidade e alinhamento anatómico da fratura da ulna.
  • Técnica:
    • Gesso em supinação para os tipos Bado I e III.

Cirúrgico

Redução fechada da cabeça radial + ORIF da ulna

Indicações:

    • Fraturas agudas abertas ou instáveis (longas e obíquas).
    • Fraturas cominutivas.
    • A maioria das fraturas de Monteggia em adultos é tratada cirurgicamente.

Redução aberta da cabeça radial + ORIF da ulna

Indicações:

    • Falha na redução da cabeça radial apenas com ORIF da ulna.
    • Padrão de lesão complexa.
    • Fraturas “variantes” de Monteggia com fratura associada da cabeça radial.

Redução fechada da cabeça radial + Fixador Intramedular (IMN) da ulna

Indicações:

    • Fratura transversa ou curta obíqua.
    • Cabeça radial e eixo ulnar facilmente reduzidos por redução fechada.

Complicações

Neuropatia do PIN

  • Incidência: até 10% nas lesões agudas.
  • Mecanismo: Trauma contuso devido à luxação da cabeça radial.
  • Tratamento:
    • Observação por 2-3 meses.
    • Maioria resolve espontaneamente.
    • Se não houver melhoria, realizar estudos de condução nervosa.

Mal-união com luxação da cabeça radial

  • Tratamento: Osteotomia da ulna e redução aberta da cabeça radial.

Prognóstico

Rigidez do cotovelo:

  • Se o diagnóstico for atrasado mais de 2-3 semanas, as taxas de complicações aumentam significativamente.

 

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